Etanol pode ficar até 9% mais caro com a volta da cobrança de impostos, diz BTG

Caso volte de forma gradativa, como há uma perspectiva, o litro do etanol teria uma alta de R$ 0,06

Foto: Shutterstock/ThePowerPlant

Diante da polêmica envolvendo a volta da cobrança de impostos para combustíveis, como quer o governo federal, o BTG Pactual calculou como o aumento de PIS/Cofins impacta o etanol, como mostra relatório publicado nesta segunda-feira (27).

De acordo com o banco, o aumento dos impostos pode impactar no mínimo 7% e no máximo 9% do preço do etanol vendido pelas usinas. Caso volte de forma gradativa, como há uma perspectiva, o litro do etanol teria uma alta de R$ 0,06, sendo que o impacto estimado na usina seria de R$ 0,20 por litro, cerca de 7% maior ao valor atual.

Por outro lado, na visão do BTG, se os impostos federais voltarem como eram antes da exoneração, ou seja, cerca de R$ 0,24 por litro, o preço do etanol hidratado na usina teria uma alta de cerca de R$ 0,26 por litro, 9% maior em relação ao preço atual.

Apesar da própria Receita Federal ter anunciado que os tributos voltarão a ser cobrados, há dúvidas sobre se os combustíveis serão de fato reonerados.

A colunista da Globonews, Andréia Sadi, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria avaliando o custo político da reoneração, que acrescentaria 0,5 p.p (ponto percentual) ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano, segundo cálculo do economista André Braz, da FGV.

Lula se reunirá hoje com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, para tratar do tema. 

Para Thiago Duarte, Henrique Brustolin e Pedro Soares, analistas do BTG, uma decisão de continuar os impostos zerados não deve se concretizar. Na avaliação do banco, uma medida como essa “iria até mesmo contra a constituição brasileira que obriga uma carga tributária diferenciada sobre os combustíveis renováveis em relação aos seus equivalentes fósseis”.

As distribuidoras preferidas do BTG

Diante desse cenário, o BTG Pactual prefere apostar em São Martinho (SMTO3) e Raízen (RAIZ4) no setor. No caso da Raízen, o banco vê o papel descontado em relação à São Martinho e à Vibra (VBBR3), seus pares mais próximos.

No setor como todo, porém, a instituição tem uma perspectiva positiva para o setor no futuro. Além da volta dos impostos, o banco acredita que as empresas devem ter uma alavancagem operacional impulsionada por uma melhoria da produtividade da cana-de-açúcar na safra 2023/24, como reflexo de níveis de chuvas de verão “mais favoráveis”.

Na Bolsa, o papel da São Martinho subia 4,82% nesta tarde e liderava as altas do Ibovespa, seguida de perto pela Raízen (RAIZ4), que avançava 3,81%.

 

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