Ajudado por commodities, Ibovespa descola do exterior e sobe 1,65%; Yduqs (YDUQ3) dispara

Educacionais lideram as altas da Bolsa após o ex-presidente Lula afirmar que, em um novo governo, o FIES e o Prouni "voltarão fortes"

Foto: Shutterstock

O Ibovespa iniciou o pregão em baixa, mas começou a ensaiar uma recuperação logo depois, em um movimento descolado do exterior, impactado principalmente pela alta de ações de peso no índice – Vale (VALE3), com alta de 0,84% e Petrobras (PETR4), subindo quase 2%.

Por volta das 13h20, o principal índice da B3 subia 1,65% e operava aos 111.087 pontos. Na ponta positiva, destaque para o setor de educação que liderava com Yduqs (YDUQ3) ganhando 11,32% e a Cogna (COGN3) avançando 7,82%.

No sábado (17), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas eleitorais para a eleição deste ano, publicou em seu Twitter que, em um eventual novo governo, os programas de financiamento estudantil Prouni e FIES “voltarão com força”.

A pedido do BTG Pactual (BPAC11), uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (19) pelo Instituto FSB mostra que o ex-presidente segue na liderança da disputa à presidência. Ele tem 44% das intenções de voto, enquanto o presidente Jair Bolsonaro aparece estável com 35%.

Na sequência, outros papéis que subiam com mais ímpeto eram de Azul (AZUL4), com alta de 4,70%, Americanas (AMER3) subindo 5,82% e Ecorodovias (ECOR3), com uma valorização de 5,13%.

Empresas ligadas ao minério valorizavam em bloco. Além da Vale, Metalúrgica Gerdau (GOAU4) ganhava 4,56%, Gerdau (GGBR4) subia 4,22%, Usiminas (USIM5) valorizava 2,35% e CSN (CSNA3) apontava em 2,60% para cima.

Do outro lado do mundo, o Banco do Povo da China (PBoC) anunciou que injetará 12 bilhões de iuanes na economia, a fim de manter um crescimento econômico no país. A iniciativa animou o setor de mineração já que a China é um grande atuante no mercado imobiliário, o que poderia aumentar a demanda por matérias-primas no país.

Além disso, os investidores estão atentos às reuniões de política monetária do restante da semana. Na quarta-feira (21), o BC (Banco Central) definirá o futuro dos juros no Brasil e o Federal Reserve, banco central americano, definirá a nova taxa de juros na maior economia do mundo.

Para o economista da Claritas, Rodrigo Ashikawa, o principal foco da semana será o Fed. O mercado espera uma alta de 0,75 p.p (ponto percentual) na quarta, mas há quem enxergue chance de uma alta ainda mais enfática, de 1 ponto.

“Devemos ter uma sinalização dura feita pela entidade principalmente depois da surpresa da inflação medida pelo CPI mais alta do que o esperado na última semana”, comenta. Além destes dois países, Ashikawa destaca que o Reino Unido e o Japão também decidirão o futuro dos juros nesta semana.

Quedas da Bolsa

Na parte negativa, Fleury (FLRY3) tinha baixa de 1,59%, Marfrig (MRFG3), que recuava 1,22% e São Martinho (SMTO3), com desvalorização de 1%. Tim (TIMS3) perdia 1,23%.

A queda da empresa de telecomunicações vem junto com um recuo de 11,37% no papel da Oi (OIBR3). As compradoras de seus ativos móveis — Tim, Claro e Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo, enviaram um comunicado ao mercado mais cedo afirmando que fizeram contas sobre o valor final da transação – o chamado “ajuste pós-fechamento” – e chegaram à conclusão de que pagaram R$ 3,2 bilhões a mais do que deveriam pela Oi Móvel.

Esse ajuste nos valores já estava previsto no contrato de venda dos ativos, e a Oi inclusive havia reservado dinheiro prevendo que ele poderia acontecer. Só que o valor provisionado foi de R$ 1,4 bilhão – ou pouco menos da metade do exigido pelos compradores.

Veja a análise:

Briga da Oi (OIBR3) com outras teles aumenta risco de insolvência e ameaça recuperação judicial

A Oi afirmou, em comunicado enviado ao mercado, que “discorda veementemente” do valor cobrado pelas compradoras por entender que o cálculo do valor do ajuste apresenta “erros procedimentais e técnicos, havendo equívocos na metodologia, nos critérios, nas premissas e na abordagem adotados pelas compradoras e seu assessor econômico KPMG”.

Mercados internacionais

No exterior, os investidores estão em modo de alerta até as decisões do Fed e do banco central do Reino Unido na quarta-feira e quinta, respectivamente.

Em Wall Street, as principais bolsas tinham um pregão volátil, com o Dow Jones em baixa de 0,15%, o S&P 500 caindo 0,23% e Nasdaq perdendo 0,31%.

Na Europa, próximo do fechamento dos pregões, o movimento era misto. Enquanto o DAX 30, da Alemanha, subia 0,56%, o FTSE 100, do Reino Unido, caía 0,62% e o índice Euro Stoxx 50 operava com estabilidade.

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