Os analistas ouvidos semanalmente pelo Banco Central no Boletim Focus voltaram a reduzir suas projeções para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2022 e 2023, mas elevaram as apostas para a inflação de 2024.
Com a expectativa de uma nova deflação também em setembro, os especialistas agora esperam uma alta de preços 6% no final deste ano (ante 6,40% na pesquisa anterior). Para 2023, as expectativas foram reduzidas de 5,17% para 5,01%, e para 2024 – ano que começa a entrar no chamado “horizonte relevante” do Banco Central para decisões de política monetária – subiram de 3,47% para 3,50%.
Para alta do PIB (Produto Interno Bruto), os analistas acreditam agora em um crescimento de 2,65% neste ano (ante 2,39% na semana anterior). Para o ano que vem, a previsão foi mantida em alta de 0,50%, enquanto para 2024 os analistas consultados pelo BC rebaixaram a expectativa de crescimento de 1,8% para 1,7%.
As projeções para a taxa de câmbio neste ano e no próximo foram mantidas em R$ 5,20 por dólar.
Em semana de decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre os rumos dos juros, os analistas do mercado mantiveram a expectativa de encerramento da taxa básica em 2022 no atual patamar de 13,75%. Para 2023, as expectativas também ficaram congeladas em 11,25%.
O que é a pesquisa Focus?
O Boletim Focus é uma publicação divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central às 8h25, contendo um resumo das expectativas de mercado a respeito dos principais indicadores da economia brasileira, como taxa de juros básica, inflação, câmbio e juros.
O relatório apresenta resultados de uma pesquisa feita diariamente com as previsões de bancos, gestoras de recursos e corretoras, entre outros participantes do mercado, e faz parte do arcabouço da política monetária. O objetivo é monitorar a evolução das expectativas do mercado para as principais variáveis macroeconômicas, dando assim elementos ao Banco Central para decidir sobre a taxa básica da economia, a Selic.
O levantamento foi criado em 1999 como parte da transição brasileira para o regime de metas de inflação, no qual o BC se compromete a atuar para garantir que a variação de preços medida pelo IPCA esteja em linha com um objetivo pré-estabelecido.
Um dos propósitos do BC é exatamente ancorar (ou guiar) as expectativas do mercado financeiro. A razão para isso é que, quanto mais previsíveis forem as condições macroeconômicas de um país, menores tendem a ser as contrapartidas pedidas pelos investidores.