Na véspera da reunião do Fomc (comitê de política monetária do Federal Reserve, o banco central dos EUA), os futuros americanos e as bolsas da Europa operam em queda na manhã desta terça (15), com os investidores de olho ainda nas negociações entre Rússia e Ucrânia a serem retomadas hoje.
Por volta das 7h50, o Euro Stoxx 50 operava em queda de 1,75%, enquanto o índice futuro do Dow Jones caía 0,15% e o S&P 500 recuava 0,07%. Já o futuro do Nasdaq subia 0,09%.
Tudo pesa contra a inflação e a favor da alta dos juros nos EUA, que será a primeira desde que a pandemia começou –às 9h30, a BLS (Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos EUA) informa o PPI (índice de preços ao produtor) americano de fevereiro.
Além do efeito inflacionário do conflito no Leste Europeu, há novidades vindas da China. Ontem o país informou que sua produção industrial aumentou 7,5% em janeiro e fevereiro na comparação com o ano anterior, bem acima da alta de 3,9% projetada por analistas ouvidos pela Reuters.
As vendas no varejo também subiram 6,7% nos primeiros dois meses do ano, mais do que o dobro do esperado pelos especialistas.
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Ao mesmo tempo, o aumento de casos de coronavírus em províncias chinesas vêm levando o governo, que aposta em uma política de covid zero, a decretar lockdowns em diversas cidades, o que pode agravar os problemas enfrentados pelas cadeias de fornecimento globais.
Por que o mercado reage à chance de alta de juros nos EUA?
Ao determinar a taxa de juros nos EUA, o Federal Reserve (banco central americano) tem como objetivo manter a inflação sob controle e promover o pleno emprego. Para países emergentes como o Brasil, juros mais elevados em grandes economias tendem a ser uma má notícia, já que quanto maior o retorno pago por títulos altamente seguros, menor a atratividade de ativos considerados mais arriscados.
Risco fiscal e balanços
Por aqui, o mercado acompanha a possibilidade de o governo elevar o Auxílio Brasil como forma de compensar os efeitos da inflação elevada pelo reajuste da Petrobras nos combustíveis. De acordo com a CNN, a ideia seria aumentar o benefício por um período de três meses em R$ 50 a R$ 100 –como a medida é proibida em ano eleitoral, teria que ser justificada pela decretação de um novo estado de calamidade.
Os investidores ainda repercutem o balanço do quarto trimestre da Magalu (MGLU3), divulgado na noite desta segunda (14). A empresa registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 79 milhões no quarto trimestre de 2021, ante lucro de R$ 232,1 milhões no mesmo período do ano anterior.
Após o fechamento do mercado, as atenções estarão nos resultados de Iguatemi (IGTI11), CVC Brasil (CVCB3) e Yduqs (YDUQ3).
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