Ibovespa opera em alta com exterior favorável, queda do IPCA e ganhos da Vale (VALE3)

O Ibovespa se encaminha para encerrar o último pregão da semana em forte alta. Por volta das 13h20, o principal índice da B3 subia 2,18%, aos 112.307 pontos, impulsionado por exterior favorável, alta das mineradoras e de ações ligadas a economia doméstica.

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) recuou em agosto pelo segundo mês seguido. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o índice caiu 0,36% na comparação com julho, quando apresentou queda mensal de 0,68%.

De acordo com Pedro Kislanov, gerente do IBGE responsável pelos dados do IPCA, a queda nos preços da economia brasileira em agosto ainda foi reflexo de preços menores para a energia elétrica e a gasolina – em parte por causa da redução das alíquotas de ICMS que incidem sobre estes produtos.

Para Cássio Bambirra, sócio da One Investimentos, esses dados de deflação beneficiam os setores ligados aos juros, principalmente o imobiliário.

Não à toa, MRV (MRVE3) ganhava 7,98% e liderava os ganhos do pregão. Além dela, CVC (CVCB3) avançava 5,85%, Americanas (AMER3) valorizava 7,72% e Alpargatas (ALPA4) apontava em 6,19% para cima.

“Vemos os juros futuros em queda mais uma vez. Estamos vivendo um cenário mais favorável quando pensamos em empresas domésticas e locais”, diz Bambirra.

Mineradoras sobem com avanço da commodity

A CSN (CSNA3) figurava na ponta positiva e valorizava 7,41%. As empresas de mineração e siderurgia sobem após um incentivo chinês para a construção civil, que levou o minério de ferro a ter sua melhor semana desde julho, com a commodity retomando patamares elevados.

Além da CSN, a Vale (VALE3), que representa quase 15% das negociações do índice, avançava 6%, enquanto Usiminas (USIM5), Gerdau (GGBR4) e CSN Mineração (CMIN3) subiam 4,08%, 1,69% e 5,35%, respectivamente.

“Vemos as mineradoras subindo forte com o minério acima de US$ 100. A Vale subindo bem, acaba puxando o índice para cima”, afirma o sócio da One Investimentos.

Segundo o banco holandês ING, a cidade chinesa de Zhengzhou retomará todos os projetos habitacionais paralisados ​​até 6 de outubro. Em relatório, os analistas Warren Patterson e Ewa Manthey afirmam que a cidade vai fazer uso de empréstimos especiais, pedindo aos desenvolvedores que devolvam fundos desviados e incentivando algumas empresas imobiliárias a declarar falência.

Diante disso, nesta sexta-feira (9), o minério de ferro teve uma alta de 3,74% na bolsa de Dalian, negociado a US$ 104,16. Na semana, o contrato futuro mais negociado da commodity subiu 7,4%.

As poucas quedas da Bolsa

A ponta negativa do Ibovespa tinha poucas ações. A BRF (BRFS3) liderava as perdas e recuava 1,27%, seguida por Assaí (ASAI3), que caia 1,15%, CPFL (CPFE3), que perdia 1,20%, Taesa (TAEE11), com baixa de 0,60% e Equatorial (EQTL3), que operava em baixa de 0,73%.

O frigorífico também figurou entre as maiores baixas da véspera após dados abaixo do esperado sobre importação de carne da China em agosto, apesar de recordes para o mês.

Mercados externos em alta

Lá fora, tanto Estados Unidos quanto Europa sobem de olho em medidas de política monetária pelos bancos centrais.

Nos EUA, os investidores ainda digerem a fala do presidente do banco central americano, Jerome Powell, reiterar que a instituição está determinação em controlar a inflação e afirmou que seguirá subindo a taxa básica de juros americana até que isso se concretize.

Na Europa, o Banco Central Europeu subiu a taxa de juros em 0,75 p.p (pontos percentuais) e aumentou sua projeção de inflação para 8,1% em 2022. A autoridade monetária europeia afirmou também que a inflação está bem acima da meta e deverá permanecer alta por um longo período.

Veja as altas dos principais mercados externos nesta sexta-feira: