Ibovespa se apoia em commodities e sobe 2,13%; Vale (VALE3) salta mais de 6%

Apoiado nas ações ligadas a commodities, que refletiram as altas do petróleo e do minério de ferro, o Ibovespa descolou das Bolsas estrangeiras e fechou o pregão desta terça-feira (23) em alta de 2,13%, aos 112.857 pontos, com R$ 18,57 bilhões em volume negociado.

Com a valorização de hoje, o saldo do índice no mês de agosto é de alta de 9,4%, enquanto os ganhos acumulados desde o início de 2022 somam 7,67%.

O dia foi mais morno para as Bolsas do exterior. Em Nova York, o S&P 500 caiu 0,22%, o Dow Jones recuou 0,47% e o Nasdaq perdeu 0,03%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 fechou em baixa de 0,16%.

No exterior, os mercados operam desde segunda-feira (22) em compasso de espera pelo discurso que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fará na próxima sexta (26) na conferência anual de banqueiros centrais que acontece em Jackson Hole, nos EUA.

Desde o final da semana passada, as expectativas de que as bolsas globais iriam se recuperar, na esteira de uma expectativa de aumentos menos agressivos nos juros, foram interrompidas após declarações duras de membros do Fed.

Commodities sustentam o Ibovespa

As grandes responsáveis pelo salto do Ibovespa nesta terça foram as ações ligadas a commodities, que têm grande peso sobre o índice.

O petróleo Brent subiu 3,88%, a US$ 100,22 por barril, depois de a Arábia Saudita ter sinalizado que a Opep+ (Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados) irá cortar a produção para conter a queda do preço da commodity.

Com isso, PRIO (PRIO3) teve alta de 7,22%, 3R Petroleum (RRRP3) subiu 6,08%, Petrobras PN (PETR4) avançou 3,18% e Petrobras ON (PETR3) ganhou 3,76%.

O minério de ferro, por sua vez, teve alta de 2,47% na Bolsa de Dalian, a US$ 102,99 por tonelada, refletindo as medidas do governo chinês para fortalecer o setor imobiliário do país.

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No setor, destaque para os papéis de Usiminas (USIM5), CSN (CSNA3) e Vale (VALE3), com ganhos de 9,72%, 9,29% e 6,41%, respectivamente.

Outras altas do pregão

Ainda que os papéis ligados a commodities tenham maior peso e, por isso, sejam os maiores responsáveis pela alta do Ibovespa, as ações que mais subiram no pregão não foram deste setor. No fechamento, as maiores altas eram de Americanas (AMER3), Usiminas e Méliuz (CASH3), com avanços de 15,92%, 9,72% e 9,32%, nesta ordem.

As ações das varejistas, de acordo com analistas da Ativa Research, sobem em decorrência de melhores projeções para a inflação e juros brasileiros. Além disso, o movimento das ações da Americanas ainda reflete a troca de CEO ocorrida na última sexta.

A Americanas vem subindo após o anúncio de que Sergio Rial, ex-presidente do Santander Brasil, assumirá o cargo de CEO da varejista. O executivo assumirá o lugar de Miguel Gutierrez, que passou os últimos 20 de seus últimos 30 anos na Americanas na posição mais alta da empresa. Rial assumirá em janeiro de 2023.

A varejista, contudo, foi a exceção positiva do pregão de ontem. A maior parte do setor exposto ao juro recuou nos últimos pregões por um sentimento generalizado de aversão ao risco nos mercados.

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Na ponta oposta, as ações que mais caíram foram as de Multiplan (MULT3),  CCR (CCRO3) e Iguatemi (IGTI11), com perdas de 2,56%, 1,62% e 1,35%, respectivamente.

Criptoativos

O mercado de criptoativos mostrou recuperação nesta terça-feira, com os investidores ainda à espera dos próximos passos da política monetária americana.

O Bitcoin (BTC) se mantém acima dos US$ 21 mil, dando pausa no clima de queda registrado desde o fim da semana passada, quando chegou a cair quase 10%.

Por volta das 16h55, a maior cripto do mercado registrava alta de 0,76%, a US$ 21.605, segundo dados do Mercado Bitcoin disponíveis na plataforma TradeMap.

O Ethereum (ETH) subia ainda mais diante da expectativa da fusão da blockchain, prevista para ser concluída no dia 15 de setembro.

Na mesma hora, o ETH tinha alta de 1,7%, negociada a US$ 1.657.