Inter (BIDI11) dá “grande passo para trás” em geração de novos empréstimos, diz Itaú BBA

Itaú BBA diz que números do Inter provavelmente levarão a uma revisão das estimativas para a instituição financeira

Foto: Shutterstock

O Banco Inter, que no ano passado foi alvo de rumores que questionaram a qualidade da sua carteira de crédito, deu um “grande passo para trás” na geração de novos empréstimos no primeiro trimestre deste ano, afirma o Itaú BBA, em relatório distribuído a clientes nesta terça-feira (12).

Segundo prévia divulgada na noite de segunda (11), a instituição financeira realizou R$ 4,5 bilhões em novos empréstimos no primeiro trimestre deste ano, queda de 26% em relação aos últimos três meses do ano passado, quando a geração de novos créditos somou R$ 6,1 bilhões.

“Os volumes provavelmente estão reagindo negativamente a uma reprecificação das taxas iniciada no trimestre anterior”, escreveu o analista Pedro Leduc. “O menor limite de empréstimos também pesou nos créditos gerados com base nos salários dos clientes”, acrescentou.

Além disso, o Itaú BBA ressaltou que as transações com cartão ficaram estagnadas no primeiro trimestre e a qualidade do crédito se deteriorou rapidamente.

Enquanto o volume transacionado caiu 1% no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre do ano passado, para R$ 14 bilhões, a taxa de inadimplência subiu 0,5 ponto percentual, para 3,3%.

O Itaú BBA disse que já imaginava uma piora dos números, em razão da conjuntura macroeconômica mais difícil, mas afirmou que esperava um pouco mais do Inter. A projeção do Itaú BBA para o volume transacionado, por exemplo, era de R$ 15 bilhões para o primeiro trimestre.

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“São números que provavelmente vão levar a uma revisão para baixo das estimativas e pesar sobre as ações”, disse o analista.

O Itaú BBA, por enquanto, tem um preço-alvo de R$ 65,12 para as units do Inter (BIDI11) para o final de 2022, com recomendação de compra.

A projeção é quase o dobro da mediana de estimativas do mercado. De acordo com dados compilados pela Refinitiv com oito instituições que acompanham o banco e apresentados na plataforma do TradeMap, o preço-alvo mediano para as units é de R$ 36. Ainda assim, trata-se de uma valorização potencial expressiva, de 115,83%.

De julho do ano passado para cá, as units do Inter acumulam queda de mais de 80%.

Em setembro, o recuo passou a ocorrer de forma mais acentuada depois de rumores de que a carteira do Inter estava mal provisionada. Ainda que nada tenha sido provado e a empresa tenha negado, o papel caiu 18% em um intervalo de três dias.

Por volta das 16h30, as units do Inter lideravam as quedas entre as empresas do Ibovespa, com recuo de 8,71%.

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